top of page

Archigram é grupo britânico formado na década de 1960 por Warren Chalk, Peter Cook, Dennis Crompton, David Greene, Ron Herron e Michael Webb, seis arquitetos recém-formados que buscaram romper com a ideia de modernismo que havia no momento, propondo um estilo de arquitetura radical que privilegiava as novas tecnologias, materiais, produção em massa e estética diferenciada. 

O grupo surge em uma época de reconstrução da Europa pós Segunda Guerra Mundial, em um efervescente período de evolução tecnológica e industrial, além de profundas mudanças sociais, que resultou em forma futurista, monumental e “maquinada” de se pensar Arquitetura e Urbanismo, sendo postulada de arquitetura neo-avant-garde. Seus projetos tinham características particulares e únicos, valorizando o universo high-tech e a infraestrutura. Seus projetos e ideais eram divulgados através de uma revista chamada Archigram, cuja primeira edição é de 1961. Essa publicação era o meio de comunicação e difusão das ideias do grupo, além de participarem de exposições e terem outras publicações. 

PLUG - IN CITY

1964

Dentre todos os projetos do Archigram, Plug-in city é um dos mais icônicos e um dos que mais representa os ideais do jovem grupo. Lançado na revista Archigram 4, de 1964, o projeto consiste na ideia de uma cidade controlada por computador, feita através de uma megaestrutura, que flutua sobre a cidade convencional e cresce e/ou se altera de acordo com as necessidades de seus usuários. Ela é formada por uma malha tubular no qual seus edifícios, moradias e transporte se desenvolvem em volta dela em formato de cápsulas. 

Sua megaestrutura se assemelha ao funcionamento de uma máquina ou indústria, cujo os prédios comerciais, moradias, equipamentos e demais espaços público/privado são feitos de materiais descartáveis, como o plástico, e possuem a seguinte vida útil:

  • Banheiros, cozinhas, chão das salas de estar: 3 anos até serem obsoletos.

  • Salas de estar e dormitórios: de 5-8 anos até serem obsoletos.

  • Localização da unidade habitacional: 15 anos até serem realocados e substituídos.

  • Localização do shopping: de 3 a 6 anos de duração.

  • Ambientes de trabalho e computadores: 4 anos de uso.

  • Carros, estacionamentos e rodovias: 20 anos de uso.

  • Manutenção da megaestrutura da Plug-In City: 40 anos de vida útil.

IMPLANTAÇÃO

A ideia da Plug-In City se pauta substituição de seus componentes à medida que a tecnologia vai rapidamente se alterando e as necessidades pessoais/ sociais de uma população se alteram. Além do mais, há uma hipervalorização do consumo em massa, sem levar em conta o resíduo sobressalente que uma cidade “descartável” poderia gerar. Há uma hierarquia na forma como a cidade se organiza, setorizando algumas áreas de acordo com a funcionalidade, e que fosse possível sua expansão, que é uma das principais ideias de seu idealizador, Peter Cook. A cidade não se organizaria radialmente e, sim, de forma linear a ponto de expandir suas fronteiras a outras regiões não só da Inglaterra – local inicialmente implantado e idealizado – como por toda a Europa. Seria uma forma de conectar diferentes localidades de forma rápida e avançada.

A CIDADE

1

2

3

4

5

6

7

8

1 - Unidades residenciais

2 - Tubos

3 - Silos e lojas de suprimentos

4 - Unidades comerciais e shoppings

5 - Monotrilho

6 - Estacionamento

7 - Torres de escritórios

8 - Guindaste

A Plug-in City é dividida em unidades conectadas a uma network-structure que dá acesso a serviços essenciais para qualquer pessoa. Os meios de transporte se dão através de tubos, elevadores, longas rodovias ou qualquer meio de transporte motorizado, tornando a cidade inacessível aos pedestres. Já as casas seriam, de acordo com Warren Chalk, de plástico ou metal, expansíveis e baixo custo, em formato de cápsula e com uma arquitetura impessoal, que lembrasse um quarto de hotel. Seu extenso programa de necessidades inclui, também, uma universidade, torres de escritório, praças, shoppings, entre outros.

conclusão

A Plug-in City é um projeto urbano utópico que representa os anseios e empolgação de uma época, no caso, com as transformações que aconteciam durante a década de 1960 em um contexto de reconstrução da Inglaterra pós-guerra. Diante disso, cabe-se a crítica de que o grupo de jovens arquitetos não tinham ganância e nem preocupação com a questão político-social e ambiental que a Plug-in City nega ao valorizar a indústria em massa, o descartável e o uso excessivo de combustíveis fósseis. Mesmo assim, o Archigram traz um frescor ao debate da arquitetura, sendo elevados ao status de “ícones” por misturar referências da arquitetura dos séculos XIX e XX, manufatura, tecnologia, eletrônica, construtivismo e pop art. Ademais, trouxeram um novo fator na questão de desenho e representação gráfica, com o uso de colagens, muitas com forte apelo publicitário, exibidos em elaboradas revistas divulgadoras. Os efeitos desse grupo são variados, lançando tendências pós-modernas e desconstrutivistas que influenciaram a arquitetura desenvolvida nas décadas seguintes.  

© 2023 por Urbe Zoom. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page